domingo, 7 de dezembro de 2008

Nova era

Não sei qual o pecado que cometi.
Dou aos homens um sentido para suas vidas,
beleza para este mundo
e no entanto, fazem-me prisioneiro.
Prisioneiro de seus peitos que me obrigam a bater calado.
Por isso, peço ao silêncio para ser meu testemunho.
Escuta então, silêncio, o meu desabafo:

Sofro da doença mais bela deste mundo: vontade de viver.
quero voar,
quero sorrir sem motivo
e gritar sem medo "eu te amo!",
mas não posso,
porque o peito dos homens me abafa
abafa meus sonhos
e cada palpitada que dou morre no anonimato.

Não sou coração,
sou esquecimento no mundo dos homens.
Amo, mas não me ouvem!
e não me deixam amar...

Mas eu sou forte,
esquecem-se que a minha doença chama-se vontade de viver!
Por isso, infinito como todos os sonhos que guardo dentro de mim,
faço uso de cada infinita felicidade que eles carregam
para invocar a explosão do peito que me prende!
E esse peito, esse peito não é feito de carne e osso
ele é feito de mesquinhez, egoísmo, falsidade, raiva;
de pessoas que esqueceram o que é amar.

Agora que estou livre, abandono a minha condição de mudez
e peço à indiferença o silêncio que ela sempre me negou.
Ouça o que o cárcere cultivou em mim:

A partir deste instante
torno os segundos santos!
Nunca mais eles morrerão sem terem sido notados
A partir deste instante
peço aos olhos a onipresença da beleza
e proibo os namorados de não beijarem as testas de seus
[companheiros
A partir deste instante
proclamo o sorriso como uma linguagem universal
e declaro que uma nova era começa,
a era dos corações livres.

É o novo peito que se forma,
que deixa a condição de aperto para sentir-se aquecido,
pois o coração pode finalmente bater,
bater não só por um, mas pelo mundo inteiro.
porque após a prisão, a liberdade se torna mais livre.

Dedico esse "blá blá blá" a todos que me apoiaram em tempos difíceis. Em especial a minha família e o pessoal do Centro Universitário do Sumaré.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do poema. Bem intenço. Em resumo passou para mim a seguinte idéia: expresse os seus sentimentos. Creio que o que a gente tem no meio do törax(timo) é onde se localiza a nossa alma, a expressão do Ser, do eu verdadeiro, eu essência.
O falso eu é o ego, a personalidade, que são passageiros enquanto estamos num corpo físico.